
This post is the first of a series in which we are going to talk about the creative process behind the art of TUAT.
When we are talking about the Ancient Egypt the images that usually comes up in our mind are something like these: the pyramids, the texture of the desert, earthy colors, the waters of the Nile, the paintings in the tombs. These are, of course, the basic elements that composed our first research about Ancient Egypt art and identity.
Our initial concern was to understand which shapes, traces, colors, compositions and elements characterized the egyptian aesthetics. We had to make a deep analysis of images in order to create something that was plausible and could transport the player to that context. We wanted the player to feel that characters and the environments seems to belong to what we consider “egyptian” — but in a different style.
But how to show Ancient Egypt with a different look, without repeat the patterns, stereotypes and clichés?
So we decided to explore the death. The dark atmosphere that we attribute to death today is the second identity element that defines TUAT’s art. For this we research and appoint other artistic products that have the same characteristics. These were: the art of Coraline (LAIKA, 2009), Paranorman (LAIKA, 2012), the child book Babadook — the same from the movie — (Causeway films, 2014) and John Kenn Mortensen illustrations (write and direct television shows for kids).
Coraline and Paranorman have the same irregular linearts and brush strokes on blank fills. The deliberate choice of this type of finishing adds the "eccentric" tone of the narratives proposed by the two films.
John Kenn’s works show the daily life of children and adults, and this ordinary world is inhabited by strange creatures. They break up all the normality of the scenes, and that monsters gain space and cause a lot of disturbance being shown that way.
This is an interesting contrast that we wanted to put in the TUAT, this feeling of strangeness and annoyance caused by the combination of the childish style and the horror. In this first moment we wanted to bring to you the artistic references that in some way guide and impact the art of TUAT. Soon we will talk about how we technically adapted these inspirations to the style of the game. See you there!
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A postagem de hoje é a primeira parte de uma série que vai falar um pouco sobre o processo criativo por trás da arte do TUAT.
A imagem mental que o Antigo Egito nos evoca é muito característica: as pirâmides, a textura do deserto, as cores terrosas, os templos e arquiteturas grandiosos, as águas do rio Nilo, as pinturas nas tumbas. Esses são os elementos básicos que compuseram nossa primeira pesquisa sobre arte e identidade egípcia antiga.
O mais importante nesse primeiro momento foi entender quais eram as formas, traços, cores, composições e os elementos que caracterizavam a estética egípcia. Só assim, através de uma análise imagética, seria possível criar algo que fosse verossímil e que pudesse transportar o jogador para aquele contexto, de modo que tanto os personagens como os ambientes parecessem pertencer de fato ao que nós normalmente consideramos “egípcio”.
Mas como mostrar o Antigo Egito de uma maneira diferente, sem repetir os padrões e estereótipos que já viraram clichê dentro desse tema?
É aí que outro elemento importantíssimo entra em jogo: a morte.
A atmosfera sombria que atribuímos à morte hoje é o segundo elemento identitário que define a arte do TUAT. Para isso, pesquisamos e elegemos outros produtos artísticos que possuem essa característica, sendo os principais deles: a arte de Coraline (LAIKA, 2009), Paranorman (LAIKA, 2012), o livro infantil Babadook, cujo o nome é o mesmo dado ao filme (Causeway Films, 2014), e as ilustrações de John Kenn Mortensen (roterista e diretor de programas de TV infantis).
Uma coisa em comum em todos esses exemplos citados é que eles misturam, de maneira primorosa, elementos de terror com um estilo “infantil”.
As ilustrações de Babadook, por exemplo, têm traçados irregulares, marcas de tinta nos preenchimentos de preto e uma estética quase como se fosse um desenho feito por uma criança. Apesar de um tom de terror, continua sendo um livro infantil.
Já Coraline e Paranoman têm em comum um mesmo tipo de traçado irregular e preenchimentos rabiscados e imprecisos. A escolha deliberada desse tipo de acabamento agrega ao tom “excêntrico” das narrativas propostas pelos dois filmes.
As ilustrações de John Kenn apresentam cotidianos de crianças de adultos com a presença de criaturas estranhas que quebram totalmente com a normalidade daquelas cenas. Aqueles monstros ganham ainda mais destaque e causam ainda mais incômodo estando apresentados dessa maneira.
Esse é um contraste interessante que queríamos colocar no TUAT, essa sensação de estranhamento e incômodo causados pela combinação do traço infantil e do horror.
Neste primeiro momento quisemos trazer a vocês as referências artísticas que de alguma maneira norteiam e impactam a arte do TUAT. Em breve falaremos sobre como nós adaptamos tecnicamente essas inspirações para o estilo do jogo. Até lá!
A imagem mental que o Antigo Egito nos evoca é muito característica: as pirâmides, a textura do deserto, as cores terrosas, os templos e arquiteturas grandiosos, as águas do rio Nilo, as pinturas nas tumbas. Esses são os elementos básicos que compuseram nossa primeira pesquisa sobre arte e identidade egípcia antiga.
O mais importante nesse primeiro momento foi entender quais eram as formas, traços, cores, composições e os elementos que caracterizavam a estética egípcia. Só assim, através de uma análise imagética, seria possível criar algo que fosse verossímil e que pudesse transportar o jogador para aquele contexto, de modo que tanto os personagens como os ambientes parecessem pertencer de fato ao que nós normalmente consideramos “egípcio”.
Mas como mostrar o Antigo Egito de uma maneira diferente, sem repetir os padrões e estereótipos que já viraram clichê dentro desse tema?
É aí que outro elemento importantíssimo entra em jogo: a morte.
A atmosfera sombria que atribuímos à morte hoje é o segundo elemento identitário que define a arte do TUAT. Para isso, pesquisamos e elegemos outros produtos artísticos que possuem essa característica, sendo os principais deles: a arte de Coraline (LAIKA, 2009), Paranorman (LAIKA, 2012), o livro infantil Babadook, cujo o nome é o mesmo dado ao filme (Causeway Films, 2014), e as ilustrações de John Kenn Mortensen (roterista e diretor de programas de TV infantis).
Uma coisa em comum em todos esses exemplos citados é que eles misturam, de maneira primorosa, elementos de terror com um estilo “infantil”.
As ilustrações de Babadook, por exemplo, têm traçados irregulares, marcas de tinta nos preenchimentos de preto e uma estética quase como se fosse um desenho feito por uma criança. Apesar de um tom de terror, continua sendo um livro infantil.
Já Coraline e Paranoman têm em comum um mesmo tipo de traçado irregular e preenchimentos rabiscados e imprecisos. A escolha deliberada desse tipo de acabamento agrega ao tom “excêntrico” das narrativas propostas pelos dois filmes.
As ilustrações de John Kenn apresentam cotidianos de crianças de adultos com a presença de criaturas estranhas que quebram totalmente com a normalidade daquelas cenas. Aqueles monstros ganham ainda mais destaque e causam ainda mais incômodo estando apresentados dessa maneira.
Esse é um contraste interessante que queríamos colocar no TUAT, essa sensação de estranhamento e incômodo causados pela combinação do traço infantil e do horror.
Neste primeiro momento quisemos trazer a vocês as referências artísticas que de alguma maneira norteiam e impactam a arte do TUAT. Em breve falaremos sobre como nós adaptamos tecnicamente essas inspirações para o estilo do jogo. Até lá!